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O Rio de Janeiro continua lindo e ganhou ainda mais cor com a exposição a céu aberto Arte Atua, promovida pela JCDecaux, líder mundial em mídia Out Of Home, com apoio da startup Hunter. Com trabalhos de arte contemporânea estampados pela Zona Norte e Oeste da cidade, em mais de 500 abrigos de ônibus e relógios digitais ao longo dos próximos meses, a exposição urbana presenteia os moradores do Rio com obras que dialogam com a realidade urbanística e da população local.

Faz parte da nossa essência pensar nos espaços urbanos, indo além do comercial. Pensamos sobre as ruas, sobre as pessoas e sobre o significado dessa relação entre cidade e o cidadão que há décadas também fazemos parte. O Arte Atua é um projeto que idealizamos como uma forma de levar a arte contemporânea carioca para o carioca. A população agora terá a oportunidade de ver no seu trajeto para o trabalho ou de volta para a casa uma verdadeira galeria a céu aberto Ana Célia Biondi Diretora-Geral da JCDecaux Brasil

Para o diretor de comunicação da Hunter, Iugo Iule, estar inserido em um projeto que levará arte à diversos cidadãos de forma gratuita vai ao encontro ao propósito da startup. “A ocupação dos espaços com cultura, cor e vida é uma forma de fazer com que acreditemos em um amanhã melhor, com novas perspectivas e dando mais confiança ao futuro da nossa cidade. A Hunter reafirma o apoio aos artistas e acredita muito no desenvolvimento cultural da cena carioca com o projeto Arte Atua.”

Com curadoria de Paula Borghi, a primeira edição do Arte Atua traz trabalhos de seis grandes artistas que nasceram ou vivenciam a periferia do Rio de Janeiro e que hoje têm suas obras reconhecidas tanto no âmbito nacional como internacional: 

  • Arjan Martins
  • Jarbas Lopes
  • Marcela Cantuária
  • Agrade Camíz
  • ​​​​Rafael Baron
  • Maxwell Alexandre


Buscou-se trabalhar com artistas que dialogassem com a cidade de forma crítica. O trabalho de Jarbas Lopes propõe uma reflexão sobre a mobilidade acessível e não poluente, tendo como inspiração a ciclovia área, que já foi empregada em países como a China. Procuramos também que os trabalhos de arte despertassem uma identificação direta com a população local, como o trabalho de Maxwell Alexandre, uma pintura da camiseta do uniforme da escola pública do Rio sobre papel pardo”, conta Paula.

Conheça todas os artistas e as obras da exposição que é a cara do Rio:

Arjan Martins

Arjan Martins nasceu em 1960 em Mesquita na Baixada Fluminense e tem um produção artística voltada às questões diaspóricas.

Por meio de uma técnica pictórica que aborda os movimentos coloniais que se deram em territórios afro-atlânticos, suas pinturas criam pontes entre o recente passado escravocrata do Brasil e a atualidade.

Sua obra se utiliza de símbolos do período das expansões marítimas e da escravidão das populações africanas, como a caravela, o globo terrestre em disputa e as ferramentas de navegação.

Para ARTE ATUA, o artista apresenta a reprodução de uma pintura sem título de 2018. Inspirada em uma fotografia do alemão Sepp Werkmeister, esta mostra um casal de imigrantes afrodescendentes nos EUA.

Foi vencedor do Prêmio Pipa em 2018, no mesmo ano participou da 11º Bienal do Mercosul e atualmente participa da 31º Bienal de São Paulo.

Arjan Martins
sem título, 2018
acrílica sobre tela 
160 x120 cm

Jarbas Lopes

Jarbas Lopes nasceu em 1964 em Nova Iguaçu na Baixada Fluminense e tem uma produção artística voltada às ecologias do mundo.

Trabalhando com pintura, escultura, desenho, livros de artista e performance,  desenvolve projetos conceituais que operam à margem da lógica capitalista e valoriza a vida.

Seu processo criativo permeia uma reconfiguração dos objetos e das experiências estéticas, dando-lhes um novo significado e movimento, sempre permeados por um tom crítico e atento a natureza.

Para ARTE ATUA, o artista apresenta a reprodução de um trabalho que é parte de seu projeto Ciclovaérea, iniciado em 2001. Realizado em parceria com o artista Luis Andrade em 2004,  este apresenta desenho de Jarbas e texto de Andrade.

Participou da 8ª Bienal de Havana em 2005, da 27ª Bienal de São Paulo em 2006, da 7ª Bienal de Guangju em 2008, da 11ª Bienal de Lyon em 2011 e 3ª Bienal de Gaia em 2019.

Jarbas Lopes
desenho da série Cicloviaérea, 2004
caneta esferográfica sobre papel
24x32 cm

Marcela Cantuária

Marcela Canturária nasceu em 1991 no bairro de Copacabana e passou sua vida adulta entre Vila Isabel e Grajaú. Tem uma produção artística voltada para a percepção da mulher na história.

Suas pinturas entrelaçam imagens históricas advindas do universo da política e da cultura visual contemporânea, em meio uma pesquisa sobre as lutas travadas por mulheres ao redor do mundo.

Comumente sua produção utiliza ícones femininos imersos em uma paleta de cores gritantes, combinando pensamentos próprios da pintura às urgências do debate de assuntos sócio-políticos.

Para ARTE ATUA, a artista apresenta a reprodução da pintura Deize Tigrona de 2020. Nesta, Marcela Cantuária homenageia a cantora Deize Tigrona por sua importante representação e atuação no funk carioca.

Atualmente é responsável pelo conceito visual do novo disco de Marisa Monte. Em 2020 foi convidada a participar da residência FountainHead, nos EUA, e de uma exposição no Museu Instituto de América, na Espanha.

Marcela Cantuária
Deize Tigrona, 2020
óleo sobre tela
150 x 120 cm

Agrade Camíz

Agrade Camíz nasceu no bairro do Jacarezinho em 1988 e tem uma produção artística voltada para problemáticas inerentes ao território suburbano e ao corpo da mulher.

Trabalhando com pintura, fotografia e escultura, sua produção mescla a estética da arquitetura popular carioca com questões relacionadas à sexualidade e a opressão feminina.

Com um histórico de mais de uma década de intervenções nas ruas cariocas, sua pesquisa vem do espaço urbano para os circuitos de arte.

Para o ARTE ATUA, a artista apresenta a representação da pintura sem título da série Girls Money de 2021,  combinando  o empoderamento da mulher através do corpo e sua tag.

Em 2016 participa do projeto de pintura mural “Bulevard Olímpico” e em 2020 participou do “Rua Walls”, pintando um muro de 1,5 quilômetros de extensão.

Agrade Camíz
sem título da série Girls Money, 2021
látex, pastel oleoso e spray sobre tela
80x60 cm

Rafael Baron

Rafael Baron nasceu em 1986 em Nova Iguaçu na Baixada Fluminense e tem uma produção artística voltada para representação das chamadas minorias, que na realidade constituem a vasta maioria.

Trabalhando com pintura figurativa, seu processo parte da leitura da figura humana e das subjetividades que a atravessam, como por exemplo das questões de raça, sexualidade, gênero e classe.

Abrindo diálogos sobre a compressão da diversidade no mundo, suas pinturas retratam pessoas conhecidas pelo artista ou que permeiam nosso imaginário social.

Para ARTE ATUA, o artista apresenta a reprodução da pintura Poderosas de 2021, que tem como inspiração mulheres fortes em situação de poder. Um comentário a ascensão das mulheres na atualidade.

Em 2020 foi vencedor do concurso “Garimpo” (2019/2020) promovido pela revista Dasartes e em 2021 realizou individual na The Cabin LA em Los Angeles e participou de coletiva na Scott Miller Projects no Alabama. Ainda este ano participará de coletiva na Albertz Benda Gallery em Nova York e realizará individual na Portas Vilaseca Galeria no Rio de Janeiro. 

Rafael Baron
Poderosas, 2021
acrílica sobre tela
250 x 220 cm

Maxwell Alexandre

Maxwell Alexandre nasceu em 1990 na favela da Rocinha, onde vive e trabalha. Criado em berço evangélico, o artista serviu o exército e foi patinador de street profissional durante 12 anos. Graduou-se em design pela PUC-Rio em 2016.

Partindo muitas vezes de cenas biográficas na construção de seu repertório visual, pode-se dizer que sua obra denuncia a violência estatal e o racismo estrutural.

Para ARTE ATUA, o artista apresenta a reprodução de uma das 100 pinturas da série Reprovados de 2019, que tem como referência o uniforme escolar municipal do Rio de Janeiro. O trabalho foi idealizado para a 6ª edição do Clube dos Colecionadores do MAM –RJ e pode ser lido enquanto a individualidade de um dos 100 estudantes, ainda que uniformizado.

Rompendo com as estatística da realidade brasileira, em 2020 Maxwell Alexandre foi capa da revista Forbes Brasil e eleito artista do ano pelo Deutsche Bank. Em novembro realizará uma individual no Palais de Tokyo.

O artista considera suas obras orações e seu ateliê um templo.

Maxwell Alexandre
sem título da série Reprovados, 2019
acrílica e graxa de sapato sobre papel pardo
120 x 80 cm
ed. 100

Outros projetos pelo mundo

A viabilização de projetos de arte nos mobiliários urbanos da JCDecaux faz parte do histórico da empresa. Um dos mais emblemáticos aconteceu nas ruas de outra grande metrópole do mundo: Nova York. Em 2018, os abrigos de ônibus hospedaram a exposição de Ai WeiWei: Good Fences Make for Good Neighbor”, inspirada na crise de migração no mundo e ascensão do nacionalismo. A exposição usou imagens e esculturas para transformar as cercas de segurança dos abrigos de ônibus em um símbolo social e artístico da problemática.

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