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A Nestlé está lançando uma nova linha de barrinhas de cereal que coloca a filantropia dentro da estrutura do negócio. Desenvolvida em co-criação com jovens atendidos pela Gerando Falcões, a nova linha terá 100% do lucro destinado à ONG de Eduardo Lyra.

As barrinhas começaram a ser vendidas hoje no Empório Nestlé — e-commerce próprio da multinacional suíça no Brasil —, no site da Gerando Falcões e também no Mercado Livre. O marketplace abriu mão de sua margem e vai promover o produto gratuitamente com a veiculação de banners. A campanha de lançamento também tem o apoio da JCDecaux, empresa de publicidade em mobiliários urbanos que vai veicular as peças sem custo.

A intenção da Nestlé é levar o produto para o varejo físico — e a empresa está buscando parceiros dispostos a aderir à causa.

A expectativa é gerar R$ 1 milhão de lucro no primeiro ano com a vendas das barrinhas. Os recursos serão destinados à criação de um polo de desenvolvimento de projetos de inovação social na favela Boca do Sapo, em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo. A favela é a sede do Favela 3D: Digna, Digital e Desenvolvida, programa da Gerando Falcões de melhorias e desenvolvimento de comunidades e que tem a missão de “transformar a pobreza das favelas em peça de museu antes de Elon Musk colonizar Marte”.

O polo nasce com apoio da Nestlé, mas estará aberto a parcerias com outras empresas.

O valor de R$ 1 milhão é pouco perto da capacidade de arrecadação de Eduardo Lyra, que tem apoio de grandes empresários como Jorge Paulo Lemann e Nizan Guanaes. Na pandemia, Lyra levantou mais de R$ 70 milhões para uma ação de combate à fome.

É um cenário conservador e ainda estamos aprendendo a fazer. Mas a expectativa é abrir mais canais de venda, ampliar categorias. A ideia é que isso seja uma nova linha de negócios para a Nestlé. Renate Giometti líder do departamento de inovação e transformação digital da Nestlé.

 
Eduardo Lyra diz esperar que a parceria inspire colaborações com outras empresa.

Esse é o início de uma agenda de colaboração com o mercado para produzir inovação e criar conteúdo social para os produtos das companhias e com isso combater a pobreza e reduzir a desigualdade. Esse lançamento com uma empresa de ponta como a Nestlé só mostra que existem muitas oportunidades de colaboração entre iniciativa privada e o Terceiro Setor Eduardo Lyra

A collab Nestlé-Gerando Falcões envolveu mais de 60 pessoas e recebeu propostas de jovens atendidos pela ONG. No final do processo, um grupo de 5 jovens que teve a ideia aprovada seguiu no desenvolvimento da arte final da embalagem, sob a coordenação de Pedro Ângelo, um jovem analista de Inovação e Novos Negócios da Nestlé que também é egresso de um programa da Gerando Falcões.

A embalagem traz um desenho de uma favela com um foguete, remetendo à missão do Favela 3D. O produto está sendo lançado em dois sabores, reforçados com vitaminas e minerais: banana&canela e côco. O preço sugerido é de R$ 4,85.

Longa parceria

Nestlé e Gerando Falcões são parceiros desde 2017, quando Renate Giometti coordenou uma ação de patrocínio da Gerando Falcões em Poá, na grande São Paulo.

De lá para cá, a parceria evoluiu para um programa de empregabilidade de pessoas em vulnerabilidade social. Já são 35 colaboradores empregados como repositores de estoques por meio dessa ação, em que a seleção se dá nas próprias comunidades e com apoio de creche para que candidatos não faltem às entrevistas por não ter com quem deixar os filhos.

Na pandemia, com crianças fora da escola, a Nestlé também doou computadores, tablets e celulares usados. E desde então, sempre que a empresa precisa fazer uma atualização de equipamentos em qualquer de suas fábricas e instalações em todo o país, os antigos são doados para a comunidade mais próxima da rede de franquias sociais da Gerando Falcões.

Hoje uma ONG com diversos projetos, incluindo um Bazar e um modelo de franquia social que replica o modelo de gestão da GF em outras comunidades, a GF nasceu oferecendo atividades esportivas e culturais para jovens e crianças no contraturno escolar em Poá, na grande São Paulo.